É ter consciência que existe uma linha ténua entre dor e prazer e ao mesmo tempo perder essa noção. Existe realmente a capacidade de erotizar a dor transformando-a num agente potencializador do prazer... capaz de me proporcionar emoções que eu desconhecia.
Com a tua ajuda tento compreender o que sinto. Procuro relembrar, reviver emoções e sensações e de seguida transportá-las para a escrita. Não é fácil. Fico sempre com a sensação que não existem palavras capazes de traduzir todas as sensações que provocas em mim.
O que eu sei neste momento é que quanto mais excitada e mais próxima do meu clímax, mais insensível eu fico e mais eu consigo suportar o sofrimento, tirando muito proveito e prazer. Terá muita lógica? Não sei. Sinceramente há momentos em que gostaria de lançar a lógica pela janela. Atrapalha muito quando falamos de intimidade. Sexo não tem lógica, sexo é animal, é irracional. Pelo menos a forma como ambos vivemos a nossa sexualidade. Sempre envolta de muito amor, muita paixão e muita entrega. É dar e receber... é ficar de 4 com o rabo empinado e sentir o chapar da tua mão nele... É saber que a visão das minhas nádegas vermelhas te excitam... e me excitam também da forma como as descreves. É essa tua capacidade de me fazeres ver através dos teus olhos, de arrancares de mim lágrimas, prazeres e caóticas sensações… e muitas vezes gargalhadas mútuas.
Como ficar indiferente quando bates com impetuosidade, com paixão, com energia, com tesão? Estás a passar para mim todo o teu entusiasmo, prazer e excitação. Isso deixa-me louca, completamente rendida aos prazeres de sentir o ardido gostoso provocado pela tua mão no meu traseiro. Essas palmadas são como uma injecção de adrenalina instantânea... quanto mais adrenalina mais êxtase... mais prazer...
Voltando àquela linha divisória entre dor e prazer... ela existe mesmo. Se eu não for bastante estimulada e excitada, se bateres forte demais, vai doer e essa dor acaba por inibir o meu prazer. Sempre atento às minhas reacções, de imediato compensas esse meu mal estar. Por exemplo, quando mordes ou puxas com força os meus mamilos, o prazer que sinto nesse momento entra em decréscimo à medida que a dor é mais incisiva. Mas essa dor desvanece no calor dos teus lábios, da tua língua... e de imediato o meu corpo reage em dobro a esses teus carinhos...
Hoje eu compreendo que a dor é um dos muitos recursos sexuais que passaram a fazer parte da nossa intimidade. Apesar de considerar este assunto controverso e não muito abordado, o que é certo é que eu não me sinto menos mulher por admitir que adoro umas boas palmadas. Elas me excitam mas acima de tudo excita-me ainda mais sentir-te louco de tesão por mim.