quarta-feira, 20 de novembro de 2019

No restolhar das folhas (II)

(sábado, 20 de agosto de 2016)


- Um cigarro?
Devo ter emitido algum som inaudível porque voltaste a perguntar...
- Sim. Obrigado... Posso retirar a venda?
- Não!
Endireitei-me no banco e quando me preparava para baixar o vestido...
- Quero-te assim...aberta para mim...
Quando afastava de novo as pernas senti o cigarro perto da minha boca...
Agarrei-o e encostei a cabeça no assento... de vez em quando encaminhavas a minha mão até ao cinzeiro...
Foram momentos de silêncio entre nós... sentia no meu rosto a brisa suave da noite que entrava pela  janela do meu lado... provocando-me arrepios deliciosos... continuava quente por dentro e o meu sexo pulsava... não fazia a mínima ideia onde estávamos... lá  fora apenas o cantar dos grilos...
Ouvi a porta abrir-se e passados alguns instantes estavas a abrir a porta do meu lado...
- Sai!
Deste-me a mão e depois de fechares a porta atrás de mim fui voltada e encostada  ao capô do carro... uma das tuas mãos pressionou as minhas costas... enquanto a outra me afastava as pernas... e de seguida senti os teus dedos entrarem dentro de mim... com a impetuosidade na ponta dos teus dedos foi impossível não soltar gemidos que cortavam o silêncio da noite... entreguei-me completamente às tuas arrebatadoras carícias... esqueci tudo à minha volta... apoiei melhor os braços sobre o carro e empinei o rabo afastando as pernas o mais que pude... estava tão molhada que já escorria entre pernas... as minhas pernas tremiam...
- Não quero que te venhas já!
- Não aguento mais... - murmurei entre gemidos...
Se continuasses a masturbar-me daquela maneira o meu orgasmo viria... estava quase... só mais um pouquinho...
Uma palmada forte nas nádegas trouxe-me à terra... outra palmada e outras se seguiram... não consegui conter as lágrimas e os primeiros soluços surgiram... paraste...
As nádegas ardiam muito... e os seios doíam sobre o capô devido à força que tinhas feito sobre as minhas costas...
Era tanto o desconforto agora que nem parecia ter estado à beira de um orgasmo momentos antes... Só queria voltar para dentro do carro... o fogo das minhas nádegas contrastava com o frio que sentia...
- Volta-te!

Endireitei-me e apesar do tremor sentido nas pernas voltei-me para ti devagarinho.
Envolveste-me nos teus braços... que sensação deliciosa... a tua mão desceu sobre os meus rins e começou a acariciar-me as nádegas... suspirei... encostei a cabeça no teu peito... já não sentia mais frio... as tuas carícias geravam gemidos meus... a rigidez do teu sexo contra a minha barriga despertou de novo os meus sentidos...
Aos poucos o meu corpo ganhava vida... as carícias nas nádegas misturadas com alguns apertões já me faziam ferver por dentro...
- Faz-me vir...  - murmurei baixinho.
Colaste a tua boca na minha num beijo de língua tão longo e apaixonado que me convenceu que irias atender ao meu pedido e acabar como meu suplício...
Como estava enganada...

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